segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Cavalo..!! "O cavalo é o maior companheiro do gaúcho. Nas lidas campeiras ele é o senhor das distâncias, a maior relíquia do peão posteiro".

O cavalo foi introduzido no atual território rio-grandense, em 1634, pelos padres jesuítas, nas Missões. Era a presença majestosa do primeiro cavalo, em nossa terra. Molhado pelas águas do Rio Uruguai, pisou em nosso solo, selando a convivência campeira das três pátrias irmãs: Uruguai, Brasil e Argentina.

O cavalo era desconhecido dos nativos e em pouco tempo tornou-se o maior patrimônio guerreiro dos índios Charruas, Jaros, guaranis, Minuanos, etc., que habitavam a região do Tape. Os Charruas foram os mais hábeis cavaleiros de nossa história. Muitas reduções jesuíticas receberam o cavalo pelos índios Jaros, nas investidas contra os Charruas.

Quando o cavalo pisava o solo pampeano, pela primeira vez, seu relincho altivo foi a marca da soberania de uma era. O cavalo entrou em nosso Estado, seguindo a mesma rota do gado “Aspas Longas’, aqui chamado de ”Gado Franqueiro”, trazido do Uruguai, pelos missioneiros. Essa raça bovina encontramos, até hoje, em nossa tropa sul-rio-grandense.

O Rio Grande do Sul tem tradição na criação de cavalos. O Cavalo Crioulo desenvolveu muito, levando nos cascos, para todo o Brasil, a mistura dos pisoteios do trabalho, dos desfiles de convivência, das provas de cancha reta, da elegante imponência e de muitos rufos de balas. O verde pampa é um painel de uma terra tão heróica, estampado na linhagem de uma raça bem crioula.

O cavalo, em nossa rica linguagem regionalista, é chamado, carinhosamente de “Pingo”. Muitos escritores regionalistas sustentam que pingo é o cavalo bom, corredor, vistoso, árdego e fogoso. Defendemos a tese do animal pequeno e corredor, que teria, inicialmente, sido chamado de pingo.

O cavalo ocupa lugar de destaque em nossa terra. O homem doma o cavalo para tomar seus serviços. A convivência desenvolve o companheirismo, dotando-os de uma mútua afeição. Com que carinho o peão trata, com alfafa, na estrebaria, seu pingo de estimação. Prova desse entendimento mútuo está no episódio da morte de Sepé Tiaraju, quando seu cavalo, deixando fluir o sentimento, tudo fez para salvar seu companheiro de lutas.

O cavalo é o centro das atenções nas carreiradas, tropeadas, rodeios, campereadas, marcações, domas e, especialmente, nos desfiles comemorativos. O cavalo foi uma das principais armas dos guerreiros de antanho. Um homem bem montado tinha passaporte garantido para a vitória. Tanto que, no Velho Mundo, numa sangrenta batalha, um poderoso rei, sentindo-se derrotado, proferiu a famosa frase: “Meu reino por um cavalo”! Oferecia a coroa real em troca de um cavalo.

O gaúcho nunca se separa do cavalo, montando-o, sempre, pela esquerda. A direita é o lado de laçar. O Rio grande do Sul é o paraíso das manadas de grande beleza. São baios, alazões, pangarés, etc. Um homem bem montado sempre trilhou os caminhos da vitória e colheu os louros reservados para pessoas caprichosas e de coragem.

(Sou Gaucho - http://www.sougaucho.com.br/animais/index.htm)
(Salvador Ferrando Lamberrty - ABC do Tradicionalismo Gaúcho)


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