quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nativismo

     
     Segundo Antônio Augusto Fagundes, o que caracteriza os valores do culto à tradição do Rio Grande do Sul são o nativismo, a honra, a hospitalidade, a coragem, o respeito à palavra empenhada, o cavalheirismo, além de outros, que são peculiaridades do gaúcho.
               
       Logo, nativismo não é um culto como a tradição, mas é sim um dos valores desse culto. Pode ser definido como o sentimento de amor pelo chão onde se nasce, de onde se é nato.
               
     Por sermos gaúchos, acreditamos que não exista povo mais nativista que o gaúcho, mas somos sabedores de que esse sentimento de amor pela nossa terra natal, a exemplo da tradição, também não é patrimônio exclusivo e peculiar de nós os gaúchos. 
     
     Em nosso vocabulário, encontramos dois termos inteiramente ligados ao nativismo, que são: pago e querência. O primeiro define o lugar onde nascemos e o segundo, o lugar onde vivemos, o que não raras vezes se confunde, pois é um tanto comum nascermos e vivermos num mesmo lugar. Temos até a pretensão de afirmar, que nenhum povo ama mais o seu pago, a sua querência do que nós os gaúchos. O sentimento de amor ao Rio Grande é tão intenso entre nós gaúchos, que chegamos a ser bairristas, o que vem a ser o exagero de sentimento de amor a terra.
               
     Edilberto Teixeira diz que "nativismo é a qualidade do nativista. É aquele que é contrário, que é infenso a estrangeiros. Tudo o que é próprio do lugar de nascimento, que é ingênito, natural, não adquirido. Em filosofia, nativismo é a teoria das idéias inatas, independentes da experiência".
               
     O Rio Grande do Sul atualmente é sacudido por uma onda de nativismo, propulsada pelo anseio da mocidade, ávida de conhecimentos gauchescos e de novos horizontes para uma efetiva participação.
               
     Essa onda de nativismo tem colocado o Rio Grande do Sul em admirável destaque frente às demais regiões brasileiras.
               
     A nossa cultura, alicerçada em rumos próprios, se fortalece a cada dia, contribuindo assim para a construção de um sólido patrimônio político e social para o Rio Grande do amanhã.
               
     E assim temos constatado uma grande parcela da moçada envolvida e contagiada pelo ideal do nativismo, o que proporciona o desenvolvimento de uma mentalidade sadia, não se deixando "poluir" pelos estrangeirismos importados, em detrimento dos costumes e tradições da nossa gente.
               
     Com essa auto-afirmativa, o sentimento genuíno de aplauso e louvor às nossas coisas deságua no fortalecimento do nosso amor ao PAGO e a QUERÊNCIA".
               
     A grandeza da formação histórica do Rio Grande do Sul é a força inspiradora do movimento tradicionalista gaúcho, que, aliás, é a sociedade que a cada dia tem maiores compromissos com o preservar, cultuar e propagar a tradição gaúcha de forma organizada e planificada, cujos objetivos estão consubstanciados na sua Carta de Princípios.
               
     É notória a tendência de se chamar de nativismo a arte que nasce da terra, que fala, que canta, que enfoca e que valoriza as coisas da terra dizendo-se: poesia nativista, canção nativista, música nativista, muito embora saibamos que a expressão correta para designar a corrente artística que valoriza os temas da terra seja "regionalista gaúcha".
 

(Autora: MARIA IZABEL T. DE MOURA )
( Fonte: http://www.mtg.org.br/conceituacoes.html )

Nenhum comentário:

Postar um comentário