Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro
grupo organizado de povoadores. Vindos da ilha dos Açores, contavam com o apoio
oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde anteriormente
estavam situadas as Missões.
Mas as dificuldades de transporte fizeram com que
terminassem por se fixar na área onde hoje está Porto Alegre, a capital do
Estado. Praticando a agricultura de pequena propriedade, não encontraram, em um
território em que cada estância funcionava como uma célula independente,
mercado para seus produtos, e terminaram por se integrar à economia voltada
para a pecuária.
Posteriormente, em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o
caráter rural da vida do atual Estado. Foi criada a primeira charqueada
comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o principal produto de
exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do país.
Essa situação começou a ser modificada no início do século XIX. A
estrutura econômica do Brasil de então se baseava na exportação dos produtos
agrícolas plantados em grandes propriedades por trabalhadores escravos. O Rio
Grande fornecia o charque para esses trabalhadores, e também para os moradores
pobres das grandes cidades. Mas, a partir da década de vinte do século passado,
o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para
formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitação
profissional, e pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que
ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Isto significa que o
governo queria trazer pequenos produtores, para fornecer alimentos para as
cidades, e artesãos.
A idéia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos,
que temiam que os trabalhadores livres "fossem um mau exemplo",
demonstrando que o trabalho pago produzia mais e melhor que o escravo.
Moradores de regiões mais ao norte do país, os grandes senhores de escravos
conseguiram impedir que os imigrantes fossem destinados às suas regiões. Por
isto, o governo terminou por levá-los para o Rio Grande do Sul, que estava
situado à margem do grande eixo econômico, no centro do país.
Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824.
Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da capital
gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual
Estado.
Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até
então, nunca fora praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus
países de origem, que terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez
havia, no país, uma região em que predominavam os homens livres, que viviam de
seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio.
As levas de imigrantes se
sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a
agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades,
consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E,
embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias
e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
(RS Virtual - http://www.riogrande.com.br/rio_grande_do_sul_informacoes_gerais_os_primeiros_imigrantes-o3158-en.html)
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