quarta-feira, 27 de abril de 2011
O Comportamento do Gaúcho
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Os Primeiros Imigrantes
Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro
grupo organizado de povoadores. Vindos da ilha dos Açores, contavam com o apoio
oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde anteriormente
estavam situadas as Missões.
Mas as dificuldades de transporte fizeram com que
terminassem por se fixar na área onde hoje está Porto Alegre, a capital do
Estado. Praticando a agricultura de pequena propriedade, não encontraram, em um
território em que cada estância funcionava como uma célula independente,
mercado para seus produtos, e terminaram por se integrar à economia voltada
para a pecuária.
Posteriormente, em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o
caráter rural da vida do atual Estado. Foi criada a primeira charqueada
comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o principal produto de
exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do país.
Essa situação começou a ser modificada no início do século XIX. A
estrutura econômica do Brasil de então se baseava na exportação dos produtos
agrícolas plantados em grandes propriedades por trabalhadores escravos. O Rio
Grande fornecia o charque para esses trabalhadores, e também para os moradores
pobres das grandes cidades. Mas, a partir da década de vinte do século passado,
o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para
formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitação
profissional, e pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que
ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Isto significa que o
governo queria trazer pequenos produtores, para fornecer alimentos para as
cidades, e artesãos.
A idéia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos,
que temiam que os trabalhadores livres "fossem um mau exemplo",
demonstrando que o trabalho pago produzia mais e melhor que o escravo.
Moradores de regiões mais ao norte do país, os grandes senhores de escravos
conseguiram impedir que os imigrantes fossem destinados às suas regiões. Por
isto, o governo terminou por levá-los para o Rio Grande do Sul, que estava
situado à margem do grande eixo econômico, no centro do país.
Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824.
Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da capital
gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual
Estado.
Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até
então, nunca fora praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus
países de origem, que terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez
havia, no país, uma região em que predominavam os homens livres, que viviam de
seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio.
As levas de imigrantes se
sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a
agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades,
consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E,
embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias
e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
(RS Virtual - http://www.riogrande.com.br/rio_grande_do_sul_informacoes_gerais_os_primeiros_imigrantes-o3158-en.html)
terça-feira, 12 de abril de 2011
HISTÓRIA DO TROPEIRISMO
O
Tropeirismo (condução de animais soltos ou de mercadorias em lombos de
animais arriados) foi um ciclo da maior importância para a economia e a
fixação do homem no interior do Brasil, quiçá tão importante quanto foram os
ciclos do café, da cana-de-açúcar, do ouro, da borracha e outros.
Foram as Reduções Jesuíticas que provocaram as primeiras atividades tropeiras
no Sul da América. Os padres incentivaram os primeiros transportes em lombos
de mulas entre os vários povoados missioneiros. E foram também os
missioneiros os descobridores dos passos de travessia dos rios, principal
obstáculo a essa atividade. Devem-se aos missioneiros a descoberta, por
exemplo, do passos de Yapeyú, Mbororé e outros mais nos rios Uruguai, Iguaçu
e outros, que serviram mais tarde aos tropeiros de origem lusa.
De 1860 em diante, quando os lagunenses passaram a penetrar nos territórios
ocupados pelos missioneiros no Rio Grande do Sul, o gado abundantemente aí
existente passou a ser trazido para Laguna, de onde depois de abatido, a
parte não consumida localmente era enviada para São Vicente e Lisboa, em
forma de charque. Por esta época, a Colônia do Santíssimo Sacramento passou a
ocupar espaço como centro de comércio, notadamente de contrabando, em reação
ao rigor da coroa, da qual dependiam todas as atividades mercantis.
A história registra os seguintes nomes como principais tropeiros: Francisco de Souza Faria (1717) - o pioneiro Cristóvão Pereira de Abreu (1735) - o patriarca João José de Barros (1808) - o paulista José Pacheco de Carvalho (sem data) - da Lapa Joaquim José de Almeida Taques, José Joaquim de Almeida Taques, Francisco de Macedo Taques (sem data) - todos de Castro José Joaquim de Andrade (sem data) - de Sorocaba Dr. Olivério Pillar (1875) - de Cruz Alta Joaquim Antonio Pedroso (1856) - de Sorocaba Maneco Pinto, José Antonio Rodrigues, Felipe Alves Machado, João da Silva e seu pai Potiguara do Prado (sem data) - todos de Carazinho Manoel Gomes de Moraes ou Maneco Biriva (sem data) - de Júlio de Castilhos João Ferreira Amado (sem data) - de Palmeira das Missões Augusto Loureiro Lima, vulgo Duque (sem data) - de Porto Alegre Maneco Bento, capataz de Pinheiro Machado e este (1898-1915) - de Cruz Alta.
(PORTAL AMIGOS
DA TRADIÇÃO - http://www.portalgaucho.com.br/ )
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terça-feira, 5 de abril de 2011
Mitos Gaúchos
A Bruxa
O mito da Bruxa é tão antigo como atual no Rio Grande do Sul. De
forma geral, acredita-se que a sétima filha mulher de um casal será bruxa, a
menos que seja batizada pela irmã mais velha.
Ao contrário do Lobisomem, a
Bruxa é uma pessoa má, que faz o mal e gosta disso. Suas vítimas são sempre
crianças, bichos pequenos ou lavouras em crescimento, porque ela não tem
capacidade para fazer mal às pessoas adultas, aos animais grandes e às plantas
crescidas. Sua grande arma é o olho grande, que bota onde quer fazer o mal.
Bichos embruxados, como ninhadas de pintos ou leitões, mirram e morrem.
Lavouras murcham da mesma maneira. E crianças embruxadas ficam amarelas,
minguam a olhos vistos e quando ficam nuazinhas, desenroladas das fraldas,
cruzam os bracinhos e as perninhas. E assim, se não forem atendidas a tempo,
morrem mesmo.
A bruxa é acusada de chupar o umbigo recém caído dos nenês. O melhor
para afastar a Bruxa é uma figa, ou um chifre de boi ou um galho de arruda. Por
isso, o primeiro presente que se deve dar ao bebê é uma figuinha de ouro, que
ele deve Ter sempre na sua roupinha, junto ao corpo. Na porta da frente da
casa, é recomendável se pendurar pelo menos um chifre, com galhos de arruda
dentro e de preferência com extremidade inferiro esculpidas em forma de figa.
No jardim, as pessoas devem sempre plantar arruda, cujo cheiro a Bruxa abomina.
Para se descobrir uma bruxa, tiram-se todos os móveis da cala da casa e aí, bem
no meio, a dona da casa deve repetir três vezes, bem alto, o nome da mulher que
ela acha que é bruxa e que é vizinha ou está por perto. Daí a pouco, se essa
mulher é mesmo Bruxa, vai aparecer e perguntar, fingindo inocência: "A
senhora me chamou, vizinha?" Ou então, pega uma peça de roupa da criança
que está embruxada, para socar num pilão cravejada com alfinetes. Se aparecer
uma mulher nas vizinhanças, com dores terríveis, ela é a Bruxa. Uma criança
embruxada é facilmente reconhecível, pelos sintomas já descritos e é facilmente
curável. Durante três sextas-feiras, no começo da manhã e no fim da tarde, uma
pessoa de fé deve ascender duas velas na cama da criança embruxada, uma na
cabeceira e outra nos pés e rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria até as velas se
queimarem por inteiro. Ao fim das três semanas, a criança desembuxa mesmo.
O DIABO
No mundo cristão, o Diabo aparece como a antítese de Deus, quase
o seu alter-ego, a própria dialética da divindade. O gaúcho acredita firmemente
no Diabo, tanto como acredita em Deus. De uma maneira geral, ele é visto como
um anjo chamado Rafael, muito capaz e muito invejoso. Tão alto subiu, que quis
se igualar a Deus e por isso foi precipitado nas profundezas do inferno. Tal
capacidade do Diabo aparece numa das variantes da lenda da criação do Homem e
da Mulher, por exemplo.
O LOBISOMEM
Parece incrível, mas é verdade: às vésperas do Século XXI, o Rio
Grande do Sul inteiro acredita firmemente em Lobisomem, do mais remoto rincão
campeiro às cidades mais cosmopolitas, do ínvio recesso das matas às mais
bulhentas praias do Atlântico Sul.
O mito Lobisomem é basicamente a crença em que determinados homens - sempre homens! - em determinadas circunstâncias podem se transformar em um monstro meio-lobo e meio-homem. O mito no Rio Grande do Sul sustenta que o sétimo filho homem de uma família será fatalmente o Lobisomem - a menos que seja batizado pelo irmão mais velho.
Há, também, forma folclórica de se transmitir o fado: quando um velho Lobisomem sente que vai morrer, ele fica sofrendo muito até passar o encargo a alguém mais moço. E não consegue morrer antes disso. Se tiver algum guri ou moço por perto, ele pergunta, simplesmente: "Tu queres?". O ingênuo normalmente acredita que se trata de algum presente, ou mesmo de herança e então responde: "Sim". Aí, o velho morre feliz, porque transmitiu o fado, conforme se expressa a linguagem popular. O homem que tem o fado do Lobisomem é sempre de raça branca, pelo - duro (ou seja, não há Lobisomem negro, alemão ou gringo), magro, de olhos no fundo, dentes salientes e cara de cor amarelada, muito pálido. Quase sempre mora sozinho. Mais raramente, vive com a mãe, uma velha muito estranha. Mais raramente ainda é casado e a mulher ignora o fato. Mora sempre em um rancho o mais isolado possível, obrigatoriamente com um galinheiro nos fundos. Se o próprio rancho não tem galinheiro, tem que haver um, por perto.
O fado do Lobisomem é uma cruz que ele carrega. Não fazendo mal a ninguém, ele é mais uma vítima do que um carrasco. Se é atacado, reage. E morde cachorros e até pessoas. Mas, se puder evitar isso, ele evita. Simplesmente o Lobisomem tem que cumprir o seu fado, que é comer nas sextas-feiras de lua cheia, da meia-noite até o clarear do dia, descrevendo um grande rodeio. À meia-noite ele se rebolca nos sujos das galinhas, rolando no chão e se transforma. Aí, corre a noite inteira, fazendo uma grande volta.
Quando o sol vai nascer, ele já está de regresso ao ponto de partida. Rebolca-se de novo no galinheiro e aí vira gente, outra vez.
O mito Lobisomem é basicamente a crença em que determinados homens - sempre homens! - em determinadas circunstâncias podem se transformar em um monstro meio-lobo e meio-homem. O mito no Rio Grande do Sul sustenta que o sétimo filho homem de uma família será fatalmente o Lobisomem - a menos que seja batizado pelo irmão mais velho.
Há, também, forma folclórica de se transmitir o fado: quando um velho Lobisomem sente que vai morrer, ele fica sofrendo muito até passar o encargo a alguém mais moço. E não consegue morrer antes disso. Se tiver algum guri ou moço por perto, ele pergunta, simplesmente: "Tu queres?". O ingênuo normalmente acredita que se trata de algum presente, ou mesmo de herança e então responde: "Sim". Aí, o velho morre feliz, porque transmitiu o fado, conforme se expressa a linguagem popular. O homem que tem o fado do Lobisomem é sempre de raça branca, pelo - duro (ou seja, não há Lobisomem negro, alemão ou gringo), magro, de olhos no fundo, dentes salientes e cara de cor amarelada, muito pálido. Quase sempre mora sozinho. Mais raramente, vive com a mãe, uma velha muito estranha. Mais raramente ainda é casado e a mulher ignora o fato. Mora sempre em um rancho o mais isolado possível, obrigatoriamente com um galinheiro nos fundos. Se o próprio rancho não tem galinheiro, tem que haver um, por perto.
O fado do Lobisomem é uma cruz que ele carrega. Não fazendo mal a ninguém, ele é mais uma vítima do que um carrasco. Se é atacado, reage. E morde cachorros e até pessoas. Mas, se puder evitar isso, ele evita. Simplesmente o Lobisomem tem que cumprir o seu fado, que é comer nas sextas-feiras de lua cheia, da meia-noite até o clarear do dia, descrevendo um grande rodeio. À meia-noite ele se rebolca nos sujos das galinhas, rolando no chão e se transforma. Aí, corre a noite inteira, fazendo uma grande volta.
Quando o sol vai nascer, ele já está de regresso ao ponto de partida. Rebolca-se de novo no galinheiro e aí vira gente, outra vez.
O SANGUANEL
O Sanguanel é um mito da região ítalo-gaúcha, cuja crença é muito
viva, ainda no presente. Ele é um ser pequeno, vivo, de cor vermelha que, a
rigor, não faz mal pra ninguém, mas dá cada susto! Ele vive pelos pinheirais da
serra e seu prazer é roubar crianças, as quais escondem no alto das árvores ou
no meio das reboleiras do mato. Mas não judia delas. Pelo contrário, até traz
mel numa folha e água, se tem sede.
Os pais, como loucos, procuram as crianças roubadas pelo Sanguanel estão sempre em estado de sonolência, lembrando pouco e mal das coisas que aconteceram, emobra não esqueçam a figura vermelha do Sanguanel, o ninho em cima de um pinheiro e o mel trazido numa folha. Mais raramente o Sanguanel se envolve com adultos. Nesses casos, assume o papel de vingador engraçado, fazendo picardias e provocações aos preguiçosos, bêbados ou não religiosos, mas tudo sem maldade.
Os pais, como loucos, procuram as crianças roubadas pelo Sanguanel estão sempre em estado de sonolência, lembrando pouco e mal das coisas que aconteceram, emobra não esqueçam a figura vermelha do Sanguanel, o ninho em cima de um pinheiro e o mel trazido numa folha. Mais raramente o Sanguanel se envolve com adultos. Nesses casos, assume o papel de vingador engraçado, fazendo picardias e provocações aos preguiçosos, bêbados ou não religiosos, mas tudo sem maldade.
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