segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Natal na Cultura Gaúcha


     Estamos vivendo já o clima do Natal, o que, aliás, quer dizer também clima de Ano-Novo. Em termos de folclore, é importantíssimo o chamado "ciclo natalino", que vai de 24 de dezembro (véspera de Natal) até 6 de janeiro (Dia de Reis).

     O tradicional e autêntico Natal gaúcho, dentro desse ciclo, tinha presentes (dos pais para os filhos e dos padrinhos para os afilhados, só), terno de reis (não em todo o Rio Grande do Sul, mas em certas regiões bem delimitadas), tinha presépio, pinheirinho de Natal e a presença dos três reis magos que trouxeram os presentes para o menino Jesus. Tinha também no litoral gaúcho a dança da Jardineira e o Pau de Fitas, este último salvo do desaparecimento pelo tradicionalismo.


     A professora Lílian Argentina, quando lecionava anonimamente em Tramandaí, já era uma pesquisadora de folclore, embora sem treinamento específico, o que só vai conseguir mais tarde na saudosa Escola Gaúcha de Folclore. Pois a professora Lílian descobriu no litoral gaúcho informantes sobre o Pau de Fitas e a outrora famosa Jardineira (que se dançava no Alegrete no fim do século 19) e reconstituiu as duas com muita felicidade. As duas, não: tratava-se de um único conjunto coreográfico que começava com a Jardineira (às vezes chamada de Dança dos Arcos e também Dança das Flores) e terminava com o Pau de Fitas. E uma curiosidade: "as moças" do grupo de dança eram rapazes travestidos, muito "sérias" e "elegantes", que usavam máscaras femininas para disfarçar barba ou bigode... O Pau de Fitas reconstituído pela professora Lílian era praticamente o mesmo que Paixão Côrtes e Barbosa Lessa recolheram na serra e espalharam pelo tradicionalismo gaúcho, mas tinha duas diferenças: só era dançado no ciclo natalino, e as moças eram alunas da professora Lílian (não mais rapazes, como no folclore autêntico), mas moças que usavam máscaras femininas para fingir que eram rapazes travestidos... Aí ela me convidou para que eu fosse lá para documentar tudo, e eu fui com duas alunas da Escola Gaúcha de Folclore, as professoras Marlene Nahas e Carmen Almeida de Melo Mattos.

      Mas o Natal gaúcho mudou muito. Antes os presentes eram deixados pelos pais e pelos padrinhos (presentes simbolicamente trazidos pelos três reis magos) nos sapatinhos dos filhos ou afilhados, colocados no lado de fora da casa no amanhecer do dia 6 de janeiro. Hoje os presentes são entregues por todo mundo na noite de 24 de dezembro, e já está para sempre entronizada via comércio a figura de um Papai Noel que nos chegou dos Estados Unidos, em trenó puxado por quatro renas e com traje feito para enfrentar a neve. Claro está que o Brasil, país tropical que vive o Natal no verão, não tem neve, nem trenó, nem renas... Mas, enfim, a força do comércio é tanta que nos empurrou isso tudo goela abaixo.


      Mas o tradicionalismo resiste: o Papai Noel não entra em galpão de CTG.


     Vamos, então, dar presentes para os nossos filhos e afilhados em nome dos três reis magos, que são a verdadeira tradição gaúcha. Que os nossos CTGs, a cada ciclo natalino, montem nos seus galpões presépios e a árvore de Natal de tradição alemã, perfeitamente autêntica. Vamos receber os três reis magos e, nas regiões onde o terno de reis ainda é cultuado, recebê-lo com todas as honras de estilo, cantando do lado de fora até o "dono da casa" abrir a porta e acender a luz. E vamos também revalorizar os "Cantori dela Stella", os ternos de atiradores e outros que existem ainda nas regiões coloniais gaúchas.


(Fonte - http://tradicionalismogaucho.arteblog.com.br/237881/Natal-Gaucho/  )

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nativismo

     
     Segundo Antônio Augusto Fagundes, o que caracteriza os valores do culto à tradição do Rio Grande do Sul são o nativismo, a honra, a hospitalidade, a coragem, o respeito à palavra empenhada, o cavalheirismo, além de outros, que são peculiaridades do gaúcho.
               
       Logo, nativismo não é um culto como a tradição, mas é sim um dos valores desse culto. Pode ser definido como o sentimento de amor pelo chão onde se nasce, de onde se é nato.
               
     Por sermos gaúchos, acreditamos que não exista povo mais nativista que o gaúcho, mas somos sabedores de que esse sentimento de amor pela nossa terra natal, a exemplo da tradição, também não é patrimônio exclusivo e peculiar de nós os gaúchos. 
     
     Em nosso vocabulário, encontramos dois termos inteiramente ligados ao nativismo, que são: pago e querência. O primeiro define o lugar onde nascemos e o segundo, o lugar onde vivemos, o que não raras vezes se confunde, pois é um tanto comum nascermos e vivermos num mesmo lugar. Temos até a pretensão de afirmar, que nenhum povo ama mais o seu pago, a sua querência do que nós os gaúchos. O sentimento de amor ao Rio Grande é tão intenso entre nós gaúchos, que chegamos a ser bairristas, o que vem a ser o exagero de sentimento de amor a terra.
               
     Edilberto Teixeira diz que "nativismo é a qualidade do nativista. É aquele que é contrário, que é infenso a estrangeiros. Tudo o que é próprio do lugar de nascimento, que é ingênito, natural, não adquirido. Em filosofia, nativismo é a teoria das idéias inatas, independentes da experiência".
               
     O Rio Grande do Sul atualmente é sacudido por uma onda de nativismo, propulsada pelo anseio da mocidade, ávida de conhecimentos gauchescos e de novos horizontes para uma efetiva participação.
               
     Essa onda de nativismo tem colocado o Rio Grande do Sul em admirável destaque frente às demais regiões brasileiras.
               
     A nossa cultura, alicerçada em rumos próprios, se fortalece a cada dia, contribuindo assim para a construção de um sólido patrimônio político e social para o Rio Grande do amanhã.
               
     E assim temos constatado uma grande parcela da moçada envolvida e contagiada pelo ideal do nativismo, o que proporciona o desenvolvimento de uma mentalidade sadia, não se deixando "poluir" pelos estrangeirismos importados, em detrimento dos costumes e tradições da nossa gente.
               
     Com essa auto-afirmativa, o sentimento genuíno de aplauso e louvor às nossas coisas deságua no fortalecimento do nosso amor ao PAGO e a QUERÊNCIA".
               
     A grandeza da formação histórica do Rio Grande do Sul é a força inspiradora do movimento tradicionalista gaúcho, que, aliás, é a sociedade que a cada dia tem maiores compromissos com o preservar, cultuar e propagar a tradição gaúcha de forma organizada e planificada, cujos objetivos estão consubstanciados na sua Carta de Princípios.
               
     É notória a tendência de se chamar de nativismo a arte que nasce da terra, que fala, que canta, que enfoca e que valoriza as coisas da terra dizendo-se: poesia nativista, canção nativista, música nativista, muito embora saibamos que a expressão correta para designar a corrente artística que valoriza os temas da terra seja "regionalista gaúcha".
 

(Autora: MARIA IZABEL T. DE MOURA )
( Fonte: http://www.mtg.org.br/conceituacoes.html )

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Apresentaçao Moto Clube Cano Quente - 11 Anos




 









Instrumentos Musicais Gaúchos Típicos

     A música, como qualquer outro traço cultural humano, sofre mudanças contínuas, e isto seguirá acontecendo sempre apesar dos saudosistas, dos lunáticos, dos reacionários e dos atrasados. Nesta terra gaúcha,  onde acontecem mais festivais musicais “percapita”  do que em toda a América, sabemos esta lição básica, e até por isto cultivamos estes festivais, mas nem por isto jogamos às favas o respeito à nossa música “de raiz”.

     Embora eu saiba muito bem que nesta terra de um povo eclético, muitos outros tipos musicais são escutados diariamente, os instrumentos musicais aos quais vou me deter são os que fizeram e fazem parte das canções nativas gaúchas.
     
     O primeiro instrumento musical a desfilar acordes por estes pagos (terra natal) de Getúlio Vargas e Bento Gonçalves foi a viola, instrumento de cordas parecido com o violão atual, mas contendo 12 cordas. Era  a viola que reinava e imprimia ritmos para os paqueradores do século XVIII e XIX, quando ainda os pares dançavam sem se tocar, na época dos “fandangos”.
     
     A rabeca, que é um tipo artesanal de violino, tocada apoiada ao braço ou ombro em vez do queixo, com o movimento para curva das cordas feito pelo braço e não pelo arco.
     
     Veio a Guerra do Paraguai e com ela enormes mudanças culturais, como a estrondante entrada da gaita e do violão nas rodas de músicas do nosso sul. As primeiras gaitas (que por nós também são chamadas de cordeonas) foram as que hoje chamamos de “gaita de botão”, diatônicas e em tom maior; já depois, na década de 1920, chegaram as gaitas-piano, fabricadas por descendentes de italianos, com escala cromática (mesmo som ao abrir e fechar o fole, ao contrário das gaitas de botão, que tinham sons diferentes ao abrir e fechá-las). 

     O pandeiro foi um bom companheiro musical para gaita e violão, tendo sido trazido por espanhóis e não pelos negros, como muitos pensam por ver este instrumento ligado ao carnaval. O tambor  apareceu primeiramente nos Ternos de Reis do litoral e nos cultos religiosos afro-gaúchos.
     
      Outros: serrote, flauta, gaita-de-boca, duas cuias, pente-de-boca, machacá, agê, reco-reco, marimbau e colheres.
     
      Mesmo que nenhum dos principais instrumentos que hoje fazem acontecer a música gaúcha tenha sido inventado aqui, garanto que o jeito de lhes tirar sons aqui neste Rio Grande velho talvez não seja melhor nem pior, mas é único e é nosso, só encontrando similares no Uruguai e na Argentina.

(Autor: Cleinner Teixeira)
(Fonte : http://www.ctgtropeirosdaquerencia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=103&Itemid=462 )

terça-feira, 1 de novembro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Conceitos Básicos: Nativismo


“Os valores do culto a Tradição mais característica do Rio Grande do Sul são o nativismo, a coragem, a hospitalidade, a honra, o respeito a palavra empenhada, o cavalheirismo, alem de outros.

     Assim vê-se desde logo que o Nativismo não é um culto, como a Tradição, mas um dos valores desse culto. Nativismo é o amor que a pessoas tem pelo chão onde nasceu, onde é nato.” 

     Antonio Augusto Fagundes “é tudo aquilo que é próprio do local de nascimento, natural, não adquirido e que conserve as características originais. É o sentimento de defesa e amor ao pago nativo...” 

     Odalgil Nogueira da Camargo “é tudo aquilo que é próprio do lugar nato, (de naturalidade), portanto não é adquirido, mas conserva as características naturais (originais)” 

     José EstivaletEdilberto Teixeira diz que "nativismo é a qualidade do nativista. É aquele que é contrário, que é infenso a estrangeiros. Tudo o que é próprio do lugar de nascimento, que é ingênito, natural, não adquirido. 

     Em filosofia, nativismo é a teoria das idéias inatas, independentes da experiência".Antonio Augusto Fagundes afirma que é comum chamar-se de nativismo a arte que nasce da terra, que fala, que canta, que enfoca e que valoriza as coisas da terra dizendo-se: poesia nativista, canção nativista, música nativista, muito embora saibamos que a expressão correta para designar a corrente artística que valoriza os temas da terra seja "regionalista gaúcha".
 
( Fonte - Retirado do texto ‘Conceitos importantes para a compreensão da identidade do gaúcho’Autor: Manoelito Carlos Savaris, Historiador.Presidente da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
Origem: Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore )

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Rodeio Crioulo na Cultura Gaúcha

     
     Parar rodeio é a ação de se juntar todo o gado de uma invernada em um certo lugar já determinado. Os antigos tinham por hábito assinalar o local do rodeio cravando um pau alto e nele dependuravam um couro; também servia para chamarisco do gado.

     Para um pelado de rodeio era escolhido sempre um lugar plano e no alto de uma colina. Em uma invernada de 10 ou 20 quadras podia haver dois rodeios. A finalidade do rodeio era para se revisar o gado, dar sal, curar os abichados e terneiros recém-nascidos, como apartar, se fosse necessário certos animais como auxílio do sinuelo.

     De preferência os rodeios eram tocados ao clarear do dia. Ao chegarem na invernada o patrão ou capataz distribuía o pessoal. Cada um saía para um costado; nada de dois peões juntos. Salvo, em casos difíceis, como tirar um boi da manheiro do mato, sanga ou lagoa. O gado era levado para o rodeio às portas, tocado aos gritos de peões e cachorros. 


     Cerrado o rodeio, o patrão determinava a peonada. Dois ou três dos mais moços ou guris ficavam encarregados de atacar o rodeio. Aos demais campeiros, tocava de laçarem as reses abichadas. 

     Dois gaúchos boleavam a perna, maneavam seus cavalos e , a pé, preparavam-se para curarem as bicheiras dos animais que eram trazidos ou afastados no laço até ao seu alcance. Os curativos eram feitos com criolina, vinda em vidros retovados de couro, e esterco de cavalo seco e esfarelado, trazido em uma sacola feita de um cano de bota. Com ambos na palma da mão, faziam uma massa que era introduzida nos buracos da bicheira, os ferimentos e no umbigo dos terneirinhos abichados.

     O sal era levado em uma carrocinha de cincha puxada por um piá a cavalo. Era distribuído ao gado em pequenos montes depositados no pasto, distanciados um do outro de dois corpos de animal, formando um grande círculo; issto depois de terminado o serviço no rodeio. Ao abandonarem o rodeio, os gaúchos apartava, os animais cujas bicheiras fossem de gravidade para serem, com mais atenção, cuidados no potreiro. Parava-se os rodeios cada 20 dias, nestes intervalos o gado era cuidado com recorridas de campo.

     Hoje em dia, com o "atropelo" do carrapato, não se costuma mais parar rodeio para costeio, porque o gado é levado ( no máximo 50) a cada 12 ou 15 dias para a mangueira a fim de ser banhado.
 
     Atualmente há outra interpretação da palavra rodeo. As vezes os jornais trazem estampados: "Grande Rodeio em Vacaria ou Alegrete"- estes rodeios diferem do que acima foi descrito. São espetáculos festivos apresentados nas cidades, a fim de demonstrar ao público cenas gaúchas verídicas, proezas que eram realizadas nas estâncias e nos campos. Este tipo de rodeio é criação dos americanos. Porém, deve, entre nós, ser apreciado e mantido com entusiasmo. Nestes espetáculos o povo pode avaliar a perícia e costumes tradicionais de que eram capazes os gaúchos.

(Fonte: Camperismo Gaúcho - Orientações práticas.)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Guerra dos Farrapos
 
A estratégia das águas
por Aldo Tedesco

A Revolução Farroupilha marcou para sempre a hitória do Rio Grande do Sul.
Parte dos acontecimentos ocorreram nas águas deste estado,o que consideramos ser do interesse dos navegadores.
Às vésperas da Semana Farroupilha, aí vai uma oportuna compilação de Aldo Tedesco.


A Guerra 

     A revolução separatista durou 10 anos no Brasil Imperial do século XIX. O movimento foi deflagrado por causas político-econômicas como os altos impostos nas charqueadas, A escassez de moeda circulante no Rio Grande durante todo o período colonial, e o pagamento das dívidas do governo central na província. Politicamente, o principal motivo da insatisfação era a centralização do poder decisório na Corte, além da aceitação ampla das ideais liberais.

Os Farrapos
 
     Este apelido foi dado aos rio-grandenses sublevados contra o Império do Brasil, por não disporem de uniformes e de equipamentos militares. 
     
     Maltrapilhos, faltavam armas e botas. Muitos dos soldados, peões de estância e negros, traziam suas garruchas e adagas.

Os imperiais

Os Imperiais governavam o Rio Grande do Sul, recebendo ordens do Império. Eram também chamados pelos Farrapos, de conservadores, restauradores, retrógrados, caramurus e galegos. Ocupavam os principais postos nos órgãos públicos e no exército.

As armas dos Farrapos

     Eram imbatíveis nos combates a cavalo e usavam trabucos, pistolas e espadas. A cavalaria utilizava principalmente a lança.A artilharia empregava canhões e obuses tomados dos inimigos (ou fornecidos por uruguaios). Imagem - Carga da temida cavalaria farrapa, retratada por Litran, pintor francês.

O atalho dos farroupilhas para o mar
 
     Os imperiais tinham o controle das águas, do Guaíba à Lagoa dos Patos (até a Barra de Rio Grande). Os revolucionários farrapos queriam navegar pelo oceano, tomar Laguna em Santa Catarina e fundar a República Juliana. 

     Garibaldi e Canabarro cortaram árvores em Camaquã, próximo ao rio, nas terras da Estância Cristal, onde Bento Gonçalves vivera alguns anos, e construíram os dois lanchões que seriam usados na invasão de Laguna - o Seival e o Farroupilha (ou Rio Pardo), e os conduziram até Capivari. 
 
     Foram construídos seis pares de rodas, três para sustentar cada lanchão e atreladas cem juntas de bois, requisitados junto aos fazendeiros locais. Era 17 de julho de 1839, a maré atingiu a altura desejada na barra do rio Tramandaí. O velho Carpinteiro - vento retalhador de barcos - fez das suas, pois o lanchão-capitânea Farroupilha, com Garibaldi e mais 14 soldados, foi à pique. Salvaram-se por pouco, nadando até o Seival! Todos a postos, navegaram até Laguna, SC, onde Garibaldi comandou ataques em 22 de julho e 15 de novembro de 1839.

Principais batalhas
 
     Ocorrem 118 confrontos entre os farrapos e os imperialistas, com 59 vitórias para cada lado. Na verdade, não foi uma guerra nos moldes clássicos, já que o exército rebelde não estava organizado nos moldes convencionais. Suas táticas mais se assemelhavam às guerrilhas.

     Os números de mortes em combates não são precisos, mas, em 1881 o Governo Imperial deu publicidade aos fatos, divulgando informações sobre a Revolução Farroupilha.

     A estimativa é de que morreram 3.400 homens. Os farrapos perderam quase que o dobro dos legalistas.

    Cena da Guerra dos Farrapos. Reprodução parcial de óleo do acervo da Prefeitura de São Paulo.

Personagens
 
Bento Gonçalves da Silva

(1788-1847) - Nasceu no atual município de Triunfo, a 23 de setembro de 1788. Seu pai era dono de vastas terras. Participou das campanhas contra os espanhóis (1811 e 1812) e a Argentina (1827), alistado nas forças brasileiras. Em 1814 casou-se com a uruguaia Caetana Garcia, com quem teve oito filhos. Morando em Cerro Largo, começou a ocupar cargos militares. Foi credenciado pelo Império a comandar o 29º Regimento de Milícias, tornando-se Tenente Coronel e Comandante do 39º Regimento de Milícias. Comandou a Revolução Farroupilha (1835 a 1845), tendo sido presidente da República Rio-grandense. Morreu em Pedras Brancas, no dia 18 de julho de 1847, tendo sido sepultado no cemitério do Cordeiro, no município de Camaquã.


Giuseppe Garibaldi, o Herói dos Dois Mundos

(1807-1882) - O guerreiro italiano conheceu Bento em 1837, no Rio de Janeiro. Construiu os barcos e atacou as embarcações a serviço do Império. Com ele, cerca de cinqüenta outros italianos, seus companheiros e como ele, refugiados políticos, também participaram da Guerra dos Farrapos. No Uruguai se casou com Anita. Esteve na Argentina, retornando para a sua Itália, lutando pela Unificação. Morreu em 1882, aos 75 anos.

David Canabarro

(1793-1867) - Nasceu David José Martins, a 22 de agosto de 1793, no atual município de Taquari. Mais tarde conhecido por David Canabarro. Lutou nas guerras contra o Uruguai e Argentina, ao lado de Bento.

Bento Manoel Ribeiro
 
(1783-1855) - Paulista de Sorocaba, veio para o Rio Grande com cinco anos de idade. Lutou contra o Urugai e Argentina.
Morreu em Porto Alegre, como marechal-de-exercíto.

 
Domingos José de Almeida Souza Netto
 
(1801-1866) - Riograndino, Antonio de Souza Netto proclamou a independência do Rio Grande do Sul a 11 de setembro de 1836, fundando a República do Piratini.

João Manoel de Lima e Silva
 
(1805-1837) - Tio de Duque de Caxias. Lutou na Bahia e Pernambuco.Era major do Império, mas aderiu à causa dos farrapos. Ferido e morto em combate com apenas 35 anos.

João Antonio da Silveira
 
(1795-1872) - Nasceu em Rio Pardo e lutou nas guerras contra o Uruguai, Paraguai e Argentina. Aderiu à causa farrapa, levando inúmeros voluntários.

Cronologia da Guerra
 
1835
 
     Aqui na Fazenda das Pedras Brancas começou o levante para a criação da República do Pampa. O cipreste resiste ao tempo..
 
     A cidade tinha nesta época - 1830 - entre 12 e 15 mil habitantes, cinco igrejas, uma alfândega, dois quartéis, um hospital, um asilo de pobres e uma cadeia, diversos jornais. À noite, as ruas eram iluminadas com candeeiros que utilizavam óleo de peixe,
 
     O ataque a Porto Alegre foi articulado na Fazenda das Pedras Brancas, de propriedade de José Gomes Jardim, primo de Bento Gonçalves, onde hoje é o centro de Guaíba.

     Cerca de 100 rebeldes tomaram pequenos barcos e partiram da praia da Alegria na madrugada do dia 18 para o dia 19 de setembro de 1835. Era preciso atravessar o Guaíba na altura do Porto das Pedras Brancas sem que uma canhoneira imperial percebesse a manobra.

     Concentrados no morro da Azenha, os rebeldes farroupilhas invadem Porto Alegre na madrugada de 20 de setembro - onde ficam até 15 de junho de 1836 - tomando nos meses seguintes Piratini, Rio Pardo e Rio Grande.
 
     A importância da Marinha Imperial revelou-se desde cedo. Porto Alegre se manteve livre dos farrapos porque utilizavam as vias navegáveis - principalmente estuário do Guaíba e Lagoa dos Patos - para trazer tropas, mantimentos e equipamentos. E foi graças à ela que Bento Manoel conseguiu aprisionar Bento Gonçalves na Ilha do Fanfa, em 4 de outubro de 
1836.
 
     Depois da retomada da cidade pelos legalistas, Porto Alegre enfrentou mais três sítios, feitos a partir de Viamão, em junho e julho de 1836, depois de 1837 até 1840, em meses alternados.

Vista de Porto Alegre da época da Revolução Farroupilha, a partir da zona sul


1836

     Os imperiais expulsam os farroupilhas de Porto Alegre, mas o cerco continuou por mais quatro anos. Antonio de Souza Netto, no dia 11 de setembro proclama em Seival, a independência do Rio Grande do Sul e a sede da república é instalada em Piratini. 

     Bento Gonçalves é preso na batalha da Ilha do Fanfa, no rio Jacuí, próximo de Triunfo e é levado para a Bahia.

     Declaração da República Rio-grandense. Òleo do acervo do Governo do RS


Ilha do Fanfa e a Revolução Farroupilha

     Os dois primeiros anos de combates da Revolução Farroupilha - que duraria dez anos - entre as tropas legalistas e federalistas, tiveram como cenário as margens do Rio Jacuí e Lago Guaíba como estratégia para a tomada de Porto Alegre.
 
     Triunfo, terra de nascimento do general Bento Gonçalves, foi palco de várias batalhas e a mais sangrenta delas ficou conhecida como Combate do Fanfa. Teve início na tarde do dia 02 de outubro de 1836. Bento Gonçalves acampou na Ilha do Fanfa (mapa) com mil e quinhentos homens. Tinha como meta encontrar a brigada do coronel Domingos Crescêncio, na margem direita do Rio Jacuí.
 
     A esquadra do almirante Greenfell encurralou Gonçalves, ao mesmo tempo que a artilharia abria fogo de terra.
 
     O combate encerrou na tarde do dia 4 de outubro, com a rendição de Bento Gonçalves para o comandante Bento Manoel Ribeiro, com baixa de duzentos soldados feridos, cento e vinte mortos. Foram presos, ainda, Onofre Pires, Marciano Ribeiro, Pedro Boticário, José Calvet e outros.
 
     "Origens do Rio Grande", ZH, 04 dez 1996.

Observe a Ilha do Fanfa no mapa abaixo (quase 40km do porto de Porto Alegre)





Placa na Ilha do Fanfa


1837
 
     Carta de corso para Garibaldi
     Giuseppe Garibaldi, italiano, recebeu a carta de corso - autorização do governo Farroupilha para atacar, de barco, navios e propriedades inimigas, apossando-se de seus bens. Recebeu o posto de capitão-tenente e foi determinado que coordenasse o armamento de dois lanchões que estavam sendo construídos no estaleiro farroupilha em Camaquã. Cada um deles, depois de pronto, tinha duas peças de bronze e tripulação de 35 homens. Garibaldi comandou um e John Griggs, americano engajado na luta, o outro.
 
     Com estes dois barcos ele iniciou sua guerra de corso na Lagoa dos Patos. Como eram embarcações pequenas, podendo transpor os bancos de areia que dificultava a navegação dos navios de maior porte da Marinha Imperial, Garibaldi agia rápido e atacava as estâncias de legalistas que estavam nas margens da lagoa, passando a mão nos cavalos, mantimentos, etc.

A fuga de Bento
 
     Em 10 de setembro Bento foge do Forte do Mar, na Bahia, onde se encontra aprisionado.1838
 
     Rio Pardo
     Depois de violentos combates, os farroupilhas dominam Rio Pardo em 30 de abril. 

"Povo que não tem virtude acaba por ser escravo"

O maestro Joaquim José de Mendanha compõe a música, e Francisco Pinto da Fontoura a letra do Hino da República Rio-grandense, a pedido dos rebeldes.

Hino Rio-grandense
Como a aurora precursora
Do Farol da divindade,
Foi o Vinte de Setembro
O precursor da liberdade.
Mostremos valor constância,
Nesta ímpia e injusta guerra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo à toda a terra,
De modelo à toda a terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo à toda a terra.
Mas não basta p’ra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo
Mostremos valor constância,
Nesta ímpia e injusta guerra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo à toda a terra,
De modelo à toda a terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo à toda a terra.

Efetivos farrapos
 
     Calculava-se em seis mil homens os efetivos dos Farrapos neste ano, estando em Viamão de 1.500 a 1.600 homens. Bagé deveria ter mais uns 400 homens, comandados por Antonio Neto. Domingos Crescêncio comandava mais outros 600 perto de Piratini. Na região da Campanha, mais 500 eram comandados por Bento Manoel e David Canabarro. Vários grupos dispersos estavam espalhados pelo território.

Forças legalistas 
     As forças legais tinham também seis mil homens, contando os da Marinha.

1839
 
     Sede da república em Caçapava
 
     A sede da república é instalada em Caçapava, a 14 de fevereiro.
 
     Em julho, Garibaldi e sua tropa transportam dois lanchões - o Seival e o Farroupilha, por terra, tracionados por cem juntas de bois, até o Rio Tramandaí. Um dos barcos naufraga no mar e Garibaldi nada até o Seival que se encontrava próximo, para se salvar. O Seival chega a Laguna, SC, para ajudar David Canabarro que atacava por terra, a proclamar a República Juliana, irmã gêmea da República Rio-grandense.

Um dos mais arrojados planos militares 
     Para realizar todas estas façanhas, Garibaldi colocou em execução um dos mais arrojados planos militares já idealizados em qualquer época.
 
     Como as embarcações farroupilhas estavam cercadas pela Marinha Imperial na Lagoa dos Patos, que dominava a entrada e a saída, ele deslocou os seus lanchões mais leves, o Farroupilha e o Seival, por terra.
 
     "Não existe a menor dificuldade na expedição por mar a Laguna. Mande-me o general alguns carpinteiros e a madeira necessária para a construção de quatro grandes rodados e cem juntas de bois carreiros para a tração das rodas, e eu farei transportar os lanchões até Tramandaí, se Deus quiser", disse Garibaldi numa reunião do alto comando farroupilha. 

     Os dois lanchões foram levados por Garibaldi até cerca de dois quilômetros adentro do Rio Capivari, antes de sua foz na Lagoa do Casamento, e em menos de sete dias comandou a montagem dos rodados e das pranchas sobre as quais os lanchões foram colocados para serem movimentados por terra até Tramandaí..Eles foram puxados, cada um, por juntas de cem bois.
 
     Alguns reparos que não levaram três dias e os lanchões foram para água, no Rio Tramandaí. Entre o Rio Capaviri e o rio Tramandaí, através de campos, areias e banhados, foram percorridos cerca de cem quilômetros nos dias 5 de junho pela manhã e à tardinha do dia 11. Os legalistas não suspeitavam de nada. Para quem vai de Porto Alegre em direção a Capivari, há um marco logo depois da ponte sobre o Rio Capivari, à esquerda

1840
 
     São José do Norte é atacada por Bento, Garibaldi e mais 1200 homens. Os 600 combatentes da vila repelem o ataque. Baixas de 630 pessoas, entre mortos e feridos, de ambos os lados.
 
     Termina em dezembro o sítio a Porto Alegre.

1841
 
     Garibaldi abandona a Província e a revolução e vai embora com a sua Anita (a catarinense Ana de Jesus Ribeiro).
 
     Porto Alegre recebe do Governo Imperial, em outubro, o título de "Leal e Valorosa" por ter rechaçado os Farrapos.

1842
 
     Os farroupilhas se desorganizam, minados por intrigas.
 
     O Império se fortalece. O vice-presidente da República, Antonio Paulo da Fontoura, é assassinado em Alegrete.
 
     Nesta época os imperiais contavam com oito mil homens, crescendo sempre com contingentes enviados do centro do país.
 
     No final deste ano Caxias iniciou sua campanha com 12 mil soldados, munição à vontade, e bem equipados. Era mais do que a metade da força militar total do país, calculada nesta época em 21.968 soldados.
 
     Os legalistas controlavam toda a orla marítima e toda a linha de navegação fluvial, desde a Lagoa Mirim até as imediações da Cachoeira, no Jacuí, e os pontos acessíveis aos navios de guerra nos rios Taquari, Cai e dos Sinos.
 
     Os Farrapos tinham agora, somente 3.500 homens, mostrando sua superiodade tática.

1843
 
     A sede da República Rio-grandense é instalada em Alegrete, em julho.

1844
 
     Ferido mortalmente em duelo - por questões de honra - com Bento Gonçalves, morre cinco dias depois Onofre Pires da Silveira Canto. Outros revezes acontecem aos farrapos. No final do ano as negociações de paz continuam adiantadas.

1845
 
     O Barão de Caxias, marechal Luiz Alves de Lima e Silva, líder do Império, anuncia o fim da Guerra dos Farrapos. Era primeiro de março.
 
     "Rio-grandenses ! É sem dúvida para mim de inexplicável prazer ter de anunciar-vos que a guerra civil, que por mais de nove anos devastou esta bela província, está terminada ..."
 
     As hostilidades cessaram totalmente no dia 21.

Semana Farroupilha 
     A Semana Farroupilha nasceu com o Movimento Tradicionalista Gaúcho, em l947, que teve sua primeira chama acesa neste ano. Liderados por Paixão Cortes, tradicionalista gaúcho, um grupo de estudantes do Colégio Julinho, na Capital, fundou o Departamento de Tradições Gaúchas. 

     No ano seguinte, o mesmo grupo criou o 35 Centro de Tradições Gaúchas. Outros CTGs nasceram em todo o Rio Grande, espalhando-se por vários estados brasileiros.. Em l964 foi oficializada a Semana Farroupilha no Rio Grande, que pela lei se comemora de 14 a 20 de setembro de cada ano, em homenagem à memória do Herói Farroupilha, uma reunião de manifestações artístico-culturais chamada Mostra da Cultura Gaúcha.

(Aldo Tedesco - http://www.popa.com.br/docs/cronicas/farrapos/)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Chama Crioula: O dia em que nasceu o Tradicionalismo

Pira da Pátria em Porto Alegre
     Há 60 anos, quase à meia-noite de 7 de setembro de 1947, uma façanha surpreendeu o Rio Grande do Sul. Um grupo de oito estudantes, liderados por João Carlos DÁvila Paixão Côrtes, teve a idéia de capturar uma fagulha da Pira da Pátria, em Porto Alegre, utilizando um cabo de vassoura com trapos enrolados na ponta.

     O improvisado gesto tornou-se épico: lançou as bases do Movimento Tradicionalista Gaúcho, que hoje se espalha pelo Brasil e já chega aos Estados Unidos, à Europa e à Ásia. Cavaleiros que atualmente percorrem o Estado transportando archotes com a Chama Crioula, enfrentando frio e chuva, são gratos ao pioneirismo de Paixão Côrtes e sua turma. Alunos do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, na Capital, eles sofreram vaias e zombarias naquele 1947. 
     
     Era ridículo andar de bombachas, também não convinha tomar chimarrão nas praças.Os oito desbravadores da Chama Crioula estavam no ardor dos seus 20 anos, eram saudosos do umbigo deixado no campo e, sobretudo, tiveram a sagacidade de notar que os hábitos e a cultura do Rio Grande do Sul poderiam ser exterminados. 

Paixão Cortes
     Naquele pós-II Guerra Mundial, a hegemonia norte-americana se infiltrava por meio de músicas, filmes, estilos e o modo de vida caubói. Para completar, a herança da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945) inibia a valorização regionalista em nome da unidade brasileira.

     Paixão Côrtes e os sete companheiros perceberam a urgência de agir, e antes que fosse tarde. Organizaram um Departamento de Tradições Gaúchas (DTG) dentro do Colégio Julinho, estimulando concursos de danças, poesia, culinária, tertúlias e palestras. Embrião dos atuais Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), o DTG criou objetivos que até hoje vigoram. 

     É uma espécie de Constituição Crioula.Os oito bombachudos fizeram outras proezas, abismando os cerca de 350 mil moradores daquela Porto Alegre que já ganhava contornos de metrópole com edifícios, avenidas e o ronco dos automóveis. Ao salvarem o que parecia se perder nos galpões, transformaram o ano de 1947 em mais um documento de identidade dos rio-grandenses. 

    A Chama Crioula acendeu, há mais de seis décadas, o fervor em ser gaúcho.
 
(Fonte - REPORTAGEM DE ZERO HORA DO DIA 02-09-2007 )

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O que é o MTG

     Era 28 de outubro de 1966, estava criado o Movimento Tradicionalista Gaúcho-MTG e seu estatuto. A criação do MTG foi a realização do anseio e da culminância do trabalho de muitos tradicionalistas. 
 
     O MTG hoje é o órgão catalisador, disciplinador, orientador das atividades dos seus filiados, especialmente no que diz respeito ao preconizado em sua Carta de Princípios.É a união das diferentes gerações . É a entidade associativa, que congrega mais de 1400 Entidades Tradicionalistas, legalmente constituídas, conhecidas por Centro de Tradições Gaúchas ou outras denominações, que as identifiquem com a finalidade a que se propõe, que são as “entidades a fins”.

     As Entidades Tradicionalistas filiadas ao MTG estão distribuídas nas 30 Regiões Tradicionalistas, as quais agrupam os municípios do RS. É um movimento cívico, cultural e associativo.

     
Sua sede é própria e está instalada à rua Guilherme Schell, n.º 60, no Bairro Santo Antônio, em Porto Alegre, tendo sido inaugurada no mês de dezembro de 1998.
 
     O MTG é uma sociedade civil sem fins lucrativos, dedica-se à preservação, resgate e desenvolvimento da cultura gaúcha, por entender que o tradicionalismo é um organismo social de natureza nativista, cívica, cultural, literária, artística e folclórica, conforme descreve simbolicamente o Brasão de Armas do MTG, com as sete ( 7 ) folhas do broto, que nasce do tronco do passado.
 
     Sua administração constitui-se atualmente por Conselheiros Efetivos e por Conselheiros Suplentes, os quais compõem o Conselho Diretor, pelas trinta Coordenadorias Regionais e por Conselheiros da Junta Fiscal, sem qualquer remuneração. 
 
     Todos dedicam- se graciosamente para que o MTG tenha condições de atingir seus objetivos, que estão pautados no “Congregar os Centros de Tradições Gaúchas e entidades a fins, e preservar o núcleo da formação gaúcha, cuja filosofia decorrente da sua Carta de Princípios do MTG”.
 
Mapa das regiões tradicionalistas:
 
Regioes Tradicionalistas do Rio Grande do Sul

(Fonte - Adaga e Lança - http://adagaelanca.blogspot.com/2008/02/o-que-o-mtg.html)
(Fonte - MTG - http://www.mtg.org.br/)