A
música, como qualquer outro traço cultural humano, sofre mudanças
contínuas, e isto seguirá acontecendo sempre apesar dos saudosistas, dos
lunáticos, dos reacionários e dos atrasados. Nesta terra gaúcha, onde
acontecem mais festivais musicais “percapita” do que em toda a América,
sabemos esta lição básica, e até por isto cultivamos estes festivais,
mas nem por isto jogamos às favas o respeito à nossa música “de raiz”.
Embora
eu saiba muito bem que nesta terra de um povo eclético, muitos outros
tipos musicais são escutados diariamente, os instrumentos musicais aos
quais vou me deter são os que fizeram e fazem parte das canções nativas gaúchas.
O primeiro instrumento musical a desfilar acordes por estes pagos (terra natal) de Getúlio Vargas e Bento Gonçalves foi a viola,
instrumento de cordas parecido com o violão atual, mas contendo 12
cordas. Era a viola que reinava e imprimia ritmos para os paqueradores
do século XVIII e XIX, quando ainda os pares dançavam sem se tocar, na
época dos “fandangos”.
A rabeca,
que é um tipo artesanal de violino, tocada apoiada ao braço ou ombro em
vez do queixo, com o movimento para curva das cordas feito pelo braço e
não pelo arco.
O pandeiro
foi um bom companheiro musical para gaita e violão, tendo sido trazido
por espanhóis e não pelos negros, como muitos pensam por ver este
instrumento ligado ao carnaval. O tambor apareceu primeiramente nos Ternos de Reis do litoral e nos cultos religiosos afro-gaúchos.
Outros: serrote, flauta, gaita-de-boca, duas cuias, pente-de-boca, machacá, agê, reco-reco, marimbau e colheres.
Mesmo que nenhum dos principais instrumentos que hoje fazem acontecer a
música gaúcha tenha sido inventado aqui, garanto que o jeito de lhes
tirar sons aqui neste Rio Grande velho talvez não seja melhor nem pior,
mas é único e é nosso, só encontrando similares no Uruguai e na
Argentina.
(Autor: Cleinner Teixeira)
(Fonte : http://www.ctgtropeirosdaquerencia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=103&Itemid=462 )
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