segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CAVALOS DO NOSSO PAGO



Vejamos alguns tipos de cavalos, comuns em nosso pago:

CAVALO GAVIÃO – É o cavalo arrisco ou aragano. Toma a ponta da manada, não se deixa pegar. É o cavalo matreiro e refugador de porteiras, mangueiras ou mata-burros.

CAVALO FOGOSO – Cavalo de explosão. Salta longe. Pede freio. A melhor forma de amansá-lo é colocá-lo na lida contínua e demorada. Bom serviço para perder o costume é acompanhar uma carreta, cuja monotonia da estrada faz perder a pressa.

CAVALO MARCHADOR – Cavalo que anda em forma de marcha. São movimentos das patas dianteira e da trazeira, do mesmo lado, ao mesmo tempo. Andar em forma de bailado, conduzindo o cavaleiro de forma baralhada. Dá a impressão, com sua ginga de corpo, de querer arrastar-se para caminhar.

CAVALO TAFONEIRO – Cavalo que só atende para um lado. Próprio para puxar moinhos em círculos, engenhos de cana, etc.

CAVALO NEGADOR – É o cavalo que dá negadas. Atira-se para o lado, quando o peão alça a perna para monta-lo. Cavalo que a qualquer movimento dá uma brusca queda no andar, atirando o cavaleiro para outro lado. Cavalo que adquire defeitos depois de velho, geralmente refugando os elevados pesos carregados ou cargas barulhentas.

CAVALO APORREADO – Cavalo com doma incompleta, por sua rebeldia. Cavalo carboteiro, solto ao campo por chucro e de doma impraticável. Potro respeitado pelos domadores, na condição indomável. É usado somente para concursos de ginetes, nos rodeios e festas campeiras.

CAVALO PASSARINHEIRO – Cavalo assustado e sestroso. Pingo que passeia na passarela, de um lado a outro da estrada.

CAVALO PACHOLA – Cavalo fogoso, garboso, disposto e que anda pedindo freio. Pingo de passear nos domingos. Próprio para desfiles nas passarelas. Cavalo faceiro, que desfila empinando-se.

CAVALO DOCE DE BOCA – Cavalo que o domador castigou demais o bocal. Quebrou demais os queixos. Muito sensível de boca, nem bem sente o frio, já atende. Cavalo sem confiança, pisa num lugar só e se desgoverna. Chamado, ainda, de cavalo quebrado de boca.

CAVALO RUFIÃO – Cavalo mal castrado. Porta-se como um garanhão, porém não tem poder de fecundação. Torna-se cavalo de mau engorde.

CAVALO CABANO – Cavalo que tem duas orelhas caídas, em forma de chapéu velho. Cavalo dito mocho e que tem fama de carboteiro.

CAVALO REIÚNO – Cavalo que anda de mão em mão. Cavalo sem marca. Que pertence á tropilha do Exército Nacional.



( Salvador Ferrando Lamberrty – ABC do Tradicionalismo Gaúcho. 146p. )

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Grandes Nomes da Musica Gaucha Tradicionalista..!! - César Oliveira e Rogério Melo

César Oliveira é natural de Itaqui, Rio Grande do Sul, fronteira com a Argentina. Nasceu em 8 de Dezembro de 1969. Seus pais Antônio e Terezinha cantavam juntos, escola principal de César.
     Ganhou seu primeiro violão aos 14 anos se sua mãe, Terezinha, mas já tocava desde os 13. Aos 18 integrou o Grupo Tupambaé, formado por amigos. Anos mais tarde, Sina Estradeira foi sua primeira música gravada em um disco, o disco da “1º Carreteada da Canção Nativa de São Gabriel”.
     Durante 5 anos cantou e tocou no grupo “Os Chimangos” (aquele que aparece na Chacarera de Pátria Pampa, Zamba de mi esperanza).
Em 99 foi contratado pela gravadora ACIT e em 2000 lança seu quarto disco, “De Campo e Alma”, com participação especial de Rogério Melo.
     Já em 2002, “Das coisas simples da gente” é o sétimo trabalho de César Oliveira e o início da parceria oficializada que perdura até hoje, com Rogério.

Rogério de Azambuja Melo
nasceu em 18 de maio de 1976, na cidade sul rio grandense de São Gabriel. Conheceu o violão aos 10 anos. Em 1992, adolescente, Rogério migrou para Capão da Canoa. Lá, conheceu vários amigos inclusive Chico Saga, cantor e compositor, um dos que influenciaram-no à musica. No mesmo ano, ganhou seu primeiro violão, presente de seu pai Dalmir.
     Três anos depois, já na capital Porto Alegre, começou a cantar em fandangos e participou do grupo “Estilo Campeiro”, se apresentando na região de Gravataí.
     Então volta para São Gabriel e lança-se como solista em invernadas artísticas do CTG Caiboaté. Simultaneamente, se apresentava com o grupo “Eco do Sul”, passando a ser reconhecido pela sua voz.
Mas Rogério apareceu mesmo no cenário nativista musical em 1999 quando cantou “Romanceiro de Estrada e Posto”, no “12º Terra e Cor da Canção Nativa”, em Pedro Osório-RS.
     Ainda em 1999 Rogério recebe um convite que mudaria a sua vida daí por diante: em 2000 César Oliveira lhe chama para gravar uma participação no CD “De Campo e Alma”.
     Em 2002, após fazer um trabalho solo, César Oliveira e Rogério Melo lançam seu primeiro dueto.

(Patria Pampa - http://www.patriapampa.com/)
(Youtube - http://www.youtube.com/watch?v=dBg3LlhHD1Q&NR=1)








Humor Gaucho...!!

O Tropeiro e a Salvação do Gado.

Certa feita algumas das melhores rés de um grande tropeiro, amanheceram doentes nos campos de sua propriedade. O tropeiro com toda a sua experiência fez tudo o que podia para que seus melhores exemplares não morressem. Sua última cartada foi pedir auxilio para o padre do vilarejo mais próximo. O padre daqueles que só prepara missa crioula se apresenta pro tropeiro já dizendo pra ele não se preocupar, pois já tinha visto aquele tipo de desgraça. O seu Pacheco, me diga se sua senhora está por casa? – Ta sim senhor, seu padre. Mas por que a perunta? – Eu preciso dela pra simpatia..Sua senhora ainda continua muito bonita? E formosa de corpo?- Sim padre, mas que tem isto? – É pra reza home, largue mão de pregunta …..Mande sua senhora pra um quarto escuro que eu vou me trancar com ela pra salva seu gado. Nesse momento o tropeiro manda sua senhora pro quarto de visita, e lá se tranca ela e o padre. O tropeiro fica escutando intrigado atrás da porta, e ouve o padre falar. -Eu passo as mão nos pé dessa muié, e que Deus salve o boi Tomé!-Eu passo as mão nas canela, e que Deus salve a vaca amarela!  -Eu passo as mã nos joelho, e que se cure o boi vermeio! -Eu aliso essas coxa, e que se livre a vaca mocha!O padre puchava o fôlego pra continuar o ato, no que é interrompido por um chute dado na porta pelo tropeiro que grita dando de mão pra cima. -Pode encerra por aí padre, a vaca preta e o boi zebu, deixe que morra!!!!

(Chasque do Conhaque  - http://www.chasquedoconhaque.com.br/chasque/?cat=7&paged=3) 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Danças Tradicionalistas RS - Malambo..!!

O malambo é, assim como a chula, uma dança de desafio, proveniente de nossos irmãos gaúchos platinos. Existem diversos tipos de malambo, de acordo com a região platina em questão. Os mais conhecidos entre nós são o Norteño, com passos curtos e música dividida em seções de quatro compassos musicais e o Sudeño, com passos alternados um pouco mais longos e outros tão breves quanto os do Norteño. Para quem dança, o famoso papito-pá-pá" define muito bem esse estilo de malambo quanto ao ritmo.

Existem variantes dos mais diversos tipos para o malambo, sendo que uma das mais engraçadas aos olhos do público e ao mesmo tempo uma das de mais difícil execução é a simulação da doma pelo peão, onde este finge estar montando "em pêlo" um cavalo bravio, ou caballo cimarrone, e tem que se manter em cima do lombo do animal durante seu corcovo. Quanto mais agitar os braços durante a execução dos passos, maior a habilidade do "domador" em vencer o animal. Mas é claro que essa é apenas uma das
variantes existentes para a dança do malambo.

O malambo está presente em nosso meio tradicionalista sob a forma de apresentações de alguns grupos de dança, uma vez que não existem concursos dessa modalidade nos rodeios e festivais dos gaúchos Rio-grandenses, pelo menos por enquanto, pois a cada dia, têm sido mais incorporado ao nosso folclore, por sermos de uma cultura irmã proveniente.



(Youtube - http://www.youtube.com/watch?v=r3cG-6pHYaM&playnext=1&list=PL7C876D77E5DE3CAA)
(Os Gauderios - http://www.osgauderios.com/dancas/malambo.htm)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Origem dos Chimangos e Maragatos


MARAGATO

O termo tinha uma conotação pejorativa atribuída pelos legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar Silveira Martins, que deixaram o exílio, no Uruguai, e entraram no RS à frente de um exército.

Como o exílio havia ocorrido em região do Uruguai colonizada por pessoas originárias da Maragateria (na Espanha), os republicanos apelidaram-nos de "maragatos", buscando caracterizar uma identidade "estrangeira" aos federalistas.

Com o tempo, o termo perdeu a conotação pejorativa e assumiu significado positivo, aceito e defendido pelos federalistas e seus sucessores políticos.

O lenço VERMELHO identificava o maragato.


CHIMANGO

A grafia pode ser ximango. Ave de rapina, falconídea, semelhante ao carcará.

Epíteto depreciativo dado aos liberais moderados pelos conservadores, no início da Monarquia brasileira. No RS, nos anos de 1920, foi a alcunha dada pelos federalistas ao governistas do PRR.

O lenço de cor BRANCA identificava os chimangos.